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quarta-feira, 29 de abril de 2015

Brincar faz bem



Por que a brincadeira é essencial para o desenvolvimento

Brincar é crucial para o crescimento social, emocional, físico e cognitivo do seu filho. É a maneira da criança de aprender sobre seu corpo e sobre o mundo em que vive. Para conseguir isso, ela vai usar os cinco sentidos, principalmente no primeiro ano de vida.

Ferramenta de exploração

"Como será a sensação de colocar a mão nisso aqui? Será que faz barulho se eu apertar? O que acontece se eu puxar isso? E se eu for até lá? E se eu me segurar para ficar de pé?"

O principal objetivo da brincadeira é explorar. E, para uma criança pequena, tudo é experimento, até jogar o prato de comida no chão para ver o que acontece. Especialistas em desenvolvimento costumam dizer que brincar é o trabalho da criança (e limpar a bagunça aparentemente é o trabalho dos pais...).

Conforme a criança passa do primeiro ano de vida, a brincadeira deixa de ser tão concreta e começa a ser mais imaginativa e mais complexa. É através da brincadeira que ela vai treinar habilidades e qualidades como independência, criatividade, curiosidade e capacidade de solucionar problemas.

A brincadeira também pode servir como um espaço para explorar sentimentos e valores, assim como para desenvolver habilidades sociais. Bem antes de se sentir confortável de emprestar o brinquedo favorito para a irmã, sua filha pode experimentar oferecê-lo para uma boneca, de mentirinha.

Os primeiros "obrigados" e "por favor" espontâneos podem aparecer no meio de uma brincadeira de casinha. E que pai ou mãe resiste a desperdiçar um curativo para colocar no ursinho que se machucou?

"Pela brincadeira, devemos introduzir nas crianças valores fundamentais para a vida futura, como honestidade, companheirismo lealdade, responsabilidade, persistência e competitividade construtiva", observa o pediatra Fábio Picchi, membro do Conselho Médico do BabyCenter.

Que tipo de brincadeira é melhor?

Tudo depende da fase de desenvolvimento da criança. Como a brincadeira é a ferramenta que ela usa para entender o mundo, a melhor pista para a brincadeira ideal é a atividade que ela está se esforçando em aprender naquele momento.

Por exemplo, se você tem um bebê de 3 meses que está aprendendo a 
segurar objetos, dê a ele brinquedos leves e macios. Se, com 1 ano, ele estiver curioso sobre o fenômeno de causa e efeito, brinque de esconde-esconde debaixo de mesas e cadeiras.

Veja a seguir alguns tipos de brincadeiras que podem interessar crianças de idades distintas, de acordo com a recreacionista Catherine Marchant:


Brincadeira social

A interação com outras pessoas, especialmente com os pais, é muito importante ao longo do primeiro ano de vida. Bebês novinhos adoram sorrir, observar e gargalhar. Bebês um pouco mais velhos gostam de brincadeiras como "Cadê? Achou!", e de musiquinhas interativas como a da Dona Aranha.


Brincadeira com objetos

Para crianças de 4 a 10 meses de idade, pouca coisa é mais interessante que pôr a mão, bater, jogar, empurrar e interagir em geral com todo tipo de objeto -- e, é claro, colocá-lo na boca.


Brincadeira de representação

Empregar objetos de uso diário, imitando os adultos, é uma das brincadeiras preferidas de crianças de 1 ano de idade. As atividades são várias: falar ao telefone, cozinhar, dirigir, varrer... É a imaginação crescendo a cada dia.


Primeiras brincadeiras simbólicas

Esse tipo de brincadeira, comum por volta dos 2 anos de idade, envolve a criação de algo a partir do nada. Uma caixa de sapato pode se transformar num ônibus, com barulhos do motor e tudo. Qualquer outro objeto pode muito bem virar comidinha, por isso é importante tomar cuidado com coisas que possam ser engolidas.


Encenação de papéis

Perto de fazer 3 anos de idade, a criança revela seus dotes de atriz ou ator, passando a representar papéis diferentes: de médico, de professor, de mãe, de princesa, de super-herói... Nessa idade as fantasias passam a ser um dos brinquedos favoritos.

Quais são os melhores brinquedos?

Guie-se sempre pela idade da criança. Bebês de 2 meses vão adorar móbiles que se mexam e façam barulho. Já uma criança maiorzinha, com 1 ano, precisa de um pouco mais de "emoção", como carrinhos ou panelinhas. Leia mais abaixo sobre os melhores brinquedos e presentes por idade:

·         Recém-nascido a 6 meses
·         6 meses a 1 ano
·         1 ano
·         2 anos

Há algo que se deva fazer para a brincadeira ser mais educativa?

Experimente as seguintes sugestões:


Brincadeira é diferente de brinquedo

Brincar é se envolver em uma atividade divertida que envolva pessoas, objetos ou movimento, e não precisa necessariamente de um brinquedo.

Qualquer coisa, desde fazer bolhas de sabão a cantar, ou correr pela casa, pode ser considerada brincadeira. Você certamente já viu um bebê se divertir a valer com a embalagem do presente. Por aí dá para perceber como os critérios são amplos.


Sente-se no chão com a criança

Você não precisa fazer isso todas as vezes, mas é bom lembrar que você é o brinquedo preferido do seu filho, e qualquer coisa em que você estiver envolvido vai ser mais rico e divertido para ele. Aproveite para conversar com a criança enquanto brinca, para ao mesmo tempo ajudá-la a desenvolver a linguagem.


Só proponha brincadeiras novas quando seu filho estiver descansado

Brincar também cansa, e uma brincadeira nova exige energia extra. Procure momentos de bom humor, quando a criança estiver de barriguinha cheia e com o sono em dia. 


Saiba a hora de parar a brincadeira

Cada criança tem um limite diferente para a quantidade de estímulo que recebe. Quando seu filho começar a ficar irritado, cansado ou acelerado demais, é melhor fazer um intervalo, por mais que você e as outras pessoas estejam se divertindo.


Deixe seu filho escolher entre brincar sozinho ou com outras crianças

Tanto a brincadeira "solo" como a em grupo são benéficas ao desenvolvimento. Dependendo do temperamento da criança, pode ser que ela prefira grupos pequenos ou então brincar sozinha. Procure não forçá-la.


Deixe a criança decidir para onde a brincadeira vai

Você pode sugerir brincadeiras novas e apresentar opções de atividades, mas a criança deve ser a dona da brincadeira. Afinal de contas, o objetivo é se divertir, mesmo que ela não esteja seguindo as regras ou que esteja fazendo o carrinho voar em vez de andar na pista.

Até os 3 anos, a criança ainda é pequena para seguir regras. Procure se controlar e deixar que a criança decida o destino da brincadeira, mesmo que você não concorde (a não ser que haja questões de segurança envolvidas -- aí é sua obrigação intervir)